sábado, 28 de fevereiro de 2009

Na Janela

Eu tenho uma janela
que realmente não dá pra lugar nenhum
Na janela não tem vento, não tem paisagem
muito mal uma brecha de sol

Eu me penduro na janela
olho pro nada, não sinto vento
vejo minha brecha de sol e sossego

Sinto o vazio, sinto a solidão
penso, penso, penso
mas nada me tira daquela janela

Eu ali sem vento e com pouco sol
às vezes viajo sem sair da janela
muitas vezes, por sinal
mas é sempre a mesma janela no final

Na janela eu não faço nada
só observo, só vejo minha brecha de sol ir e vir
eu nunca penso em fechar a janela

Fecho algumas portas, sempre batendo-as
às vezes até puxo um pouquinho as cortinas
mas nunca por muito tempo:
sempre que passo e as cortinas estão puxadas, acho que fechei a janela.

Mesmo quando chove, deixo a janela aberta
Sempre encaro como uma ótima oportunidade pra observar a chuva
Daí sento no batente e percebo que a janela só dá para o nada
e me contento com aquele som distante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário