domingo, 8 de fevereiro de 2009

Sophia

Sabem aquela criança que não pode esperar para dar um sorriso? Essa é Sophia.
E aos sete anos já destacava no meio de todas as outras crianças.
Quando sorria, a pequena Sophia iluminava qualquer sala ou salão, e não é só uma figura de linguagem, aquela menina simplesmente tinha o brilho de mil estrelas naquele sorriso tão pequeno e, ao mesmo tempo, tão grande!

Se corria, ninguém prestava atenção nos seus pés, quem se importa que seja rápido com aqueles cachos tão negros balançando a casa passo? Queriam mais é que ela se demorasse bastante naquelas corridinhas de menina.

Eu, particularmente, sabia que algo grande esperava pela pequena Sophia. Só não sabia o que.

Cada vez que acordava Sophia encarava seu dia como as crianças de sua idade encaram, eram brincadeiras, sorrisos, o carinho da mãe e do pai... Mas algo incomodava secretamente Sophia.
As crianças não devem se preocupar com sonhos, mas Sophia sonhava a tanto tempo com aquilo, estava tão curiosa, e vocês sabem como é a curiosidade infantil: uma vez disparado o alarme, só silencia após a última gotinha de conhecimento ser absorvida com a sede de quem nunca bebeu daquele jarro.

Perguntou pra mãe e pro pai, mas os dois isolados no seu mundo adulto não conseguiram entender o sonho da menina, ela não entendeu bem porque os que mais a amavam não podiam ajuda-la a decifrar aquele sonho, mas preferiu apenas sorrir e voltar pra sua vida.

Os anos passavam, Sophia não era mais aquela menina, exceto pelo olhar e pelos cachos que pareciam ser os mesmos.
Os sonhos não se repetiam mais, a vida era comum dividida entre a escola, as amigas e o namorado, mas aquele sonho de menina continuava na cabeça, ela havia comentado com as amigas, que riram e mudaram de assunto. O namorado ouviu com atenção, mas não soube o que dizer, ela não esperava outra coisa, ele sempre a entendia e a confortava, mas não era do tipo que se dissolve em conselhos.

Sophia pensava sempre no seu sonho, e achava estranho como muitas memórias da sua infância foram suprimidas e aqueles continuavam vivas, completamente claras em sua memória.
Uma noite de inverno, enquanto dormia aquecida e protegida do frio lá de fora, o sonho voltou, e, na manhã seguinte reunindo todas as gotas de sabedoria que tinha bebido até aquela idade tudo parecia claro.
E junto com a compreensão daquele sonho outras coisas vieram.
Sophia aprendeu que algumas coisas só o tempo podiam revelar, e que nem sempre seria salva de seus conflitos por aqueles que a amavam.

Sophia agora estava pronta para o mundo.

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